segunda-feira, 30 de março de 2009

TEXTO ATUALIDADES.

As veias abertas, a dependência e a geografia da fome na América Latina
Os brasileiros Rui Mauro Marini e Josué de Castro e o uruguaio Eduardo Galeano nos dão, juntos, uma bela síntese do que fomos, somos e podemos ser
Em 1970, o uruguaio Eduardo Galeano, terminava de escrever um dos mais deliciosos e profundos livros sobre nosso continente: As veias abertas da América Latina.Entre as várias argumentações desenvolvidas por ele, estava a constatação de que a América Latina era o território escravizado pelos EUA em seu afã de seguir hegemônico no cenário imperialista mundial.Galeano explica, como Josué de Castro o havia feito há alguns anos, em seu livro Geografia da Fome, que o subdesenvolvimento não podia ser entendido fora da lógica geral de funcionamento do modo de produção capitalista. Dizia o autor: “nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos. Na alquimia colonial e neo-colonial, o outro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno.”
Contemporâneo de Galeano, Marini, um mestre e tanto, que como os outros não separava teoria de ação revolucionária, nem prática de reflexão concreta sobre o real e o possível dentro do real de ser transformado, escrevia na dialética da dependência, que o resultado do desenvolvimento capitalista seria a miséria de nossos povos.Nos ensinam esses mestres, que a característica histórica da América Latina foi, e é, a de ter suas riquezas naturais, energéticas e vitais (a partir do pulsar da força de trabalho que habita na continente), apropriadas privadamente pelos detentores hegemônicos do modo de produção-acumulação capitalista central. Esse servir, baseado na perda do que é próprio, se sustenta nos históricos vínculos de dependência e subordinação centrados no poder dos países hegemônicos sobre a periferia.
Os dados atuais (CEPAL) da América Latina nos mostram não só o quanto vem sofrendo ao longo da história a maior parte de nossos sujeitos-sujeitados pelo capital, mas, também, o terreno fértil da continuada superexploração do trabalho no continente. Um mecanismo que nos anos 40-60 era particular do continente e que agora evidencia sua projeção global.América Latina faz escola na reprodução ampliada da lógica animal do capital, cujos donos irracionais vivem bem, porque sujeitam muitos a viverem mal. É do roubo do tempo que falamos. Cada vez mais, o capital global, rouba mais tempo, ao pagar menos salários e quebrar todos os direitos trabalhistas, como forma de não romper seu circulo vicioso da riqueza centrado na pobreza da condição humana.Esse mecanismo de extrair sobre-trabalho do mesmo tempo de trabalho de outros sujeitos em outras partes do mundo, foi a característica particular encontrada pelo capitalismo periférico para compensar suas perdas nos mercados mundiais, cujo centro de produção de valor e de preço de mercado estava nas mãos de capitalistas centrais, mais poderosos que os latinos.Enquanto os trabalhadores centrais eram considerados consumidores, uma vez que a produção tinha como vínculo o consumo-mercado interno e externo, os trabalhadores da periferia, como nós os latinos, não eram consumidores diretos dos bens produzidos, uma vez que o objetivo central do capital latino era, e é, produzir para exportar.Essa diferença do modo de funcionamento da produção e da circulação de mercadorias foi o que permitiu uma forma particular de acumulação privada do capital latino, frente à sua forma geral de funcionamento mundial.É por meio da economia política que Marini nos ensina o quanto a América Latina por ser rica tinha sua desgraça centrada na debilidade política. Elemento que a faria ser pobre nas condições objetivas de realização da sobrevivência de sua população, dado o poder hegemônico dos países centrais em ditar as regras (inter)nacionais das relações econômicas mundiais.Como Galeano e Marini, Josué de Castro também reforçava o fato de que o subdesenvolvimento é o resultado de um processo de desenvolvimento centrado nos grandes, a partir das múltiplas formas de roubo de nossas riquezas. América Latina sem identificação soberana e autônoma consigo mesma, frente à hegemonia dos centros.Dizia o mestre Josué: "O subdesenvolvimento não é, como muitos pensam equivocadamente, insuficiência ou ausência de desenvolvimento. O subdesenvolvimento é um produto ou um subproduto do desenvolvimento, uma derivação inevitável da exploração econômica colonial ou neocolonial, que continua se exercendo sobre diversas regiões do planeta".Essas veias abertas que fazem com o que o capital avance na intensificação da exploração do trabalho e da apropriação privada dos recursos naturais de nossa América, chega no século XXI, com suas marcas visíveis sobre o corpo dos povos latinos.Atualmente somos 580 milhões de latino-americanos (em 2010 seremos 594 milhões). 79,1% desta população vive nas cidades (458 milhões) e 120 milhões vivem na área rural. Destes, 35,1% vivem em situação de pobreza. Outros 12,7 % vivem em situação de indigência (miséria absoluta). Estamos falando de um total de 203 milhões de pobres e 73 milhões de indigentes.Um destaque importante é relativo ao nível da pobreza e indigência da população rural latino-americana. Quando comparados os números com a média total da população vemos que a pobreza chega a 53,6% e a indigência engloba um total de 28,7% de nossa população camponesa.Somos um número expressivo de marginais em um território rico. Os condenados da terra, não por desígnios divinos, mas por ordens animalescas advindas de expropriadores privados das riquezas soberanas, autônomas, que por mais que nos pertençam, ainda não são nossas. Falamos de um total de 276 milhões de pessoas vivendo em situações marginais num continente que permanece, após longos séculos de exploração e expropriação, rico em recursos e pobre no poder de distribuição para si mesmo, e seus sujeitos, desta riqueza. O imperialismo encontra na América Latina, um terreno fértil de reprodução de suas mazelas político-econômico-ideológicas: o subimperialismo. A capacidade de reproduzir, a partir do mando dos países centrais, a mesma lógica perversa de apropriação, via Estados soberanos nacionais, das riquezas dos países politicamente mais débeis do continente, a partir do poder das economias mais fortes. Um círculo vicioso da pobreza capitalista, centrada na acumulação da riqueza de nossos bens. Os Estados centrais, em parceria com os Estados latinos, roubando em nome do capital, os recursos do nosso território e jogando à mendicância parte expressiva de nossos trabalhadores, povos autônomos, seres para si, fora de si mesmos, em seu continente.Em 2010, 276 milhões constituirão a PEA, distribuída entre 163 milhões de homens e 113 milhões de mulheres em idade produtiva para estar incluída no setor formal da economia. Entre estes, teremos um total de 202 milhões de jovens com 15 a 34 anos de idade. Destes jovens, 100 milhões são homens e outros 102 milhões são mulheres. A população juvenil latina corresponde a 33,9% da população total e 73,9% da população apta a trabalhar.Ao pensar as características da superexploração na América Latina hoje, temos que ver quanto o capital, a partir dessa expressiva quantidade de jovens (homens e mulheres e entre eles a distinção de etnias/raças), conta com um terreno fértil de apropriação privada das riquezas a partir da intensificação da exploração do trabalho.Todos estes três autores discutiram o texto-contexto latino, a partir do grau de desenvolvimento das forças produtivas capitalistas na América Latina e da participação desta no mundo do capital. Esses mestres eram implacáveis ao dizer que a única saída possível era, e é o socialismo, rumo ao comunismo.Josué de Castro sustentava que sem violência não era possível frear a violenta ação capitalista. Marini dizia que a revolução não deveria ser pensada a partir das táticas viáveis do reformismo desenvolvimentista no continente. Galeano mostrava que as veias abertas, para permitirem uma livre, e real, circulação das riquezas e dos povos de Nossa América, deveriam se livrar desse câncer circulatório e reprodutivo que é o modo de funcionamento do aparelho capitalista. Os três mestres juntos nos dão uma bela síntese do que fomos, somos e podemos ser. Para ser, não devemos permitir que nosso sangue continue absorvido pelo vampiro que há anos suga o que de mais rico e originário temos: a história dos povos latinos, anterior ao capital e para além dele.
Fonte: Agência Brasil de Fato

segunda-feira, 23 de março de 2009

ANIVERSÁRIO DA ISADORA.


PARABÉNS ISADORA DE TODOS OS COLEGAS DE SALA

E DO COLÉGIO HERMANN SPETMANN, MUITAS FELICIDADES

HOJE E SEMPRE.

domingo, 22 de março de 2009

Danças e Músicas nas aulas de espanhol.


Experiência de ciências.7o ano.


fundamental I ( fazendo massinha de modelar)20/03


ATUALIDADES ( TURISMO BRASILEIRO)

Turismo é a quinta pauta de exportação no Brasil e movimentou US$ 6 bilhões em 2008
O crescimento do turismo no Brasil, as principais medidas para o setor em 2009, incluindo investimentos em infraestrutura, programas e qualificação, foram temas debatidos pelo ministro do Turísmo, Luiz Barretto, na manhã desta quinta-feira (19) em entrevista com âncoras de emissoras de rádio de todo País. Barretto falou ao Bom Dia Ministro, programa produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitido via satélite. Leia abaixo os principais trechos. Copa 2014 - "Primeiro, temos que aguardar a definição da Fifa (Federação Internacional de Futebol). Temos quase dois meses para conhecer as 12 cidades definitivas dentre as 17 que desejam sediar a Copa. O governo torce por todas, aguardando a decisão exclusivamente técnica da Fifa. A partir disso, trabalharemos fortemente na preparação da Copa do Mundo de 2014. São cinco anos que cabem perfeitamente para realizar um grande planejamento, pensar nos desafios de infra estrutura, de qualificação profissional e de promoção do Brasil no exterior. A Copa movimenta mais de meio milhão de turistas, mais de 20 mil jornalistas, e tem um momento prévio que também é muito importante. Há questões específicas, como receber bem uma seleção, a exigência de campos técnicos para fazer os treinos anteriores, uma certa privacidade. A hospedagem de um conjunto grande de jornalistas desses países que ficarão no grupo de Belo Horizonte ou no grupo de Brasília. Portanto, é um desafio, mas tenho certeza que nos próximos anos é possível trabalhar a infra estrutura e todas as questões necessárias. O Ministério está à disposição para realizar os estudos técnicos e fazer as intermediações ne
essárias no contato com a Fifa e com as seleções. Tenho certeza que a Copa do Mundo é uma grande janela de oportunidades para todo o Brasil." Desafios para a Copa - "Temos três grandes desafios: qualificação profissional, infraestrutura turística e hoteleira e a promoção. O da qualificação é um dos temas mais importantes. Assinamos recentemente um primeiro convênio com a Fundação Roberto Marinho, que vai treinar 80 mil jovens nas línguas inglesa e espanhola. São R$ 14 milhões de investimentos nessa área e começaremos por duas capitais brasileiras, Salvador e Rio de Janeiro, estendendo depois para todas as principais cidades indutoras do turismo. Firmamos com a Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, um convênio para tratar do planejamento nosso em relação à Copa do Mundo. Nossa meta é ter 65 destinos de alto padrão de qualidade até 2014. Aplicamos mais de R$ 40 milhões em 2008 no tema da qualificação profissional. Ano passado, mais de cinco milhões de turistas estrangeiros deixaram quase US$ 6 bilhões, consolidando o turismo como a quinta pauta de exportação brasileira. Portanto, temos grandes desafios pela frente, mas tenho certeza que, com muito esforço, mobilização, parceria com a iniciativa privada, prefeituras e os governos estaduais, vamos vencer esse desafio e transformar a Copa do Mundo não só num sonho, mas numa grande realização para o Brasil e para todo o turismo brasileiro." Qualificação - "A qualificação profissional é um desafio permanente. Alcançamos enormes progressos nos últimos anos. Se olharem o que era o turismo brasileiro há 5, 6, 10 anos atrás, vão notar a grande mudança e para melhor. Melhoramos a qualidade do receptivo turístico. Foi feito um conjunto grande de parcerias com os estados e
municípios, com os setores hoteleiro e de transporte. Entregamos certificados no ano passado para mais de 500 taxistas que receberam treinamento nessa área.. São Paulo, que é uma grande porta de entrada do turismo de negócios, é hoje a oitava cidade do mundo em captação de eventos e a primeira das Américas. O Brasil se consolida hoje como grande, não só no turismo de lazer, de sol e de praia, mas no turismo de negócios e de eventos. Uma característica que facilita muito é a hospitalidade brasileira, um diferencial no nosso turismo. Mas certamente nesse mundo globalizado, onde a competição é muito grande, precisamos trabalhar permanentemente o tema da qualificação." "Viaja Mais Melhor Idade" - "É um programa muito importante para períodos de baixa ocupação. Criado em 2007, privilegia pessoas acima de 60 anos, aposentadas ou não, com uma grande linha de financiamento através do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, entre dez e12 parcelos com juros abaixo de 1%. Conseguimos cadastrar quase dois mil hotéis e meios de hospedagem que ofertam na boca do caixa 50% de desconto. É um programa que veio para ficar. Funciona, e bem, em parceria com a Braztoa, o sindicato das operadoras de turismo. Tínhamos perspectiva de vender 50 mil pacotes ano passado e vendemos mais de 180 mil. É fundamental para rodar a cadeia do turismo nos períodos de baixa ocupação e, por outro lado, beneficiar aqueles cidadãos brasileiros que, ao longo de toda a vida, trabalharam muito e merecem um descanso, uma viagem. Eles podem realizar turismo fora das férias. Portanto, é uma vantagem. Há também uma segunda modalidade desse programa: se a pessoa não quer um pacote, pode ir direto a uma rede de hotéis. No www.viajamais.com.br há todas as informações do programa. Distribuímos também um guia nas agências da Caixa Econômica, que oferece as explicações desse programa. Esse é um programa que trabalha não só com lazer, mas também com a possibilidade da nossa terceira idade se movimentar." Brasil no exterior - "Temos tido êxito na promoção do Brasil no exterior. Houve um crescimento da entrada de turistas ano passado. Foram mais de cinco milhões de estrangeiros que freqüentaram o Brasil e deixaram aqui US$ 5,8 bilhões de entrada de divisas - um recorde. Consolidou o turismo como a quinta principal pauta de exportação brasileira e a primeira na área de serviços. A Embratur tem feito um grande trabalho nos 12 mercados emissores de turistas para o Brasil. A primeira dificuldade é a localização. Embora com belezas naturais, rica cultura e de todas as potencialidades, o Brasil está no Hemisfério Sul. Portanto, entre 10 e 12 horas dos principais emissores de turismo no mundo, que são Europa e os Estados Unidos. Isso já é um limitador. A Organização Mundial do Turismo estima que apenas 30% das viagens do mundo são aquelas acima de cinco horas de vôo. Sendo assim, o Brasil não disputa 100% do mercado mundial, porque está na longa distância. Precisamos atuar, ainda, na infraestrutura aeroportuária. Trabalhamos para aumentar o número de vôos, por que todo turismo de longa distância é feito via aérea. O tema da segurança é outra questão importante e acredito no trabalho dos governadores dos estados para melhorá-la. Vamos trabalhar fortemente a integração com os países da América do Sul. Temos uma vantagem, que é ter um grande mercado interno de quase 100 milhões de consumidores. O Brasil teve um grande crescimento da classe média nos últimos anos, com uma parcela significativa da população que, hoje, pode acessar vários bens de consumo, incluindo turismo." Ranking - "Recentemente, o Fórum Econômico Mundial divulgou o índice de 180 países. O Brasil melhorou bastante de posição. Já é o principal país da indústria do turismo na América do Sul e o segundo das Américas. Tivemos grande crescimento, à
frente do México e Argentina e demonstramos que estamos no caminho certo. Ano passado foi aprovada a Lei Geral do Turismo, que é um grande marco regulatório, facilitador dos investimentos privados na área do turismo. Este é um ano excepcional, porque viemos de um grande balanço de 2008, com crescimento de 20% no turismo interno e no doméstico. Agora temos uma grande crise internacional no mercado europeu e americano. Precisamos nos adaptar à crise." Jovens carentes - "É uma experiência em parceria com vários municípios. Retiramos jovens das ruas e os qualificamos, dando uma chance para que possam ser inseridos no mercado de trabalho. No caso do turismo, é muito importante que se tenha trabalho com guias, com receptivo turístico, algo que faz parte do jeito hospitaleiro do brasileiro. O projeto qualifica, dá uma função. O treinamento em línguas inglesa e espanhola é muito importante para receber turistas internacionais. É uma grande experiência que tem de ser reproduzida nas principais regiões metropolitanas do País. Hoje a competição no mundo globalizado é muito difícil e não adianta ter apenas belezas naturais. É necessário se qualificar para enfrentar a grande competição mundial e só é possível fazer esse trabalho com grandes parcerias. Louvo as parcerias estabelecidas pelo Ministério com prefeituras e governos estaduais, que demonstram que é possível agir em prol do turismo brasileiro e em prol da meninada brasileira, que precisa de uma profissão."