sábado, 16 de maio de 2009

A Bomba Atômica

Pensem nas crianças mudas telepáticas
Pensem nas meninas cegas inexatas,
Pensem nas mulheres rotas alteradas,
Pensem nas feridas como rosas cálidas,
Mas não se esqueçam da rosa da rosa,
Da rosa de Hiroxima a rosa hereditária,
A rosa radioativa estúpida e inválida,
A rosa com cirrose a anti-rosa atômica,
Sem cor nem perfume sem rosa sem nada.

Rosa de Hiroxima
Vinícius de Morais




"Soldados alemães, cidadãs e cidadãos da Alemanha: nosso líder, Adolf Hitler, se foi...".
Com esse pronunciamento no dia 8 de maio de 1945 o almirante Dönitz, que fora nomeado por Hitler seu sucessor, anunciou pela rádio a rendição incondicional da Alemanha. Hitler e sua companheira de anos Eva Braun, haviam cometido suicídio no dia 30 de abril de 1945, após seu bunker em Berlim estar totalmente cercado pelo exército vermelho da URSS.
A Segunda Guerra Mundial terminava, mas somente no continente europeu. No Pacífico o Japão ainda resistia às investidas norte-americanas.
Em maio de 1945 os líderes aliados reunidos na Conferência de Potsdan, haviam exigido a rendição incondicional do império japonês. Essa imposição já era aceita por uma parte do gabinete japonês, mas não pelos generais-- o Japão nunca havia perdido uma guerra.



"Meu Deus, o que foi que nós fizemos?"
Eram 8h 16min 8s. do dia 6 de agosto de 1945. A interrogação foi a primeira reação de um dos tripulantes do Elona Gay, após presenciar a devastação produzida pela primeira bomba atômica jogada sobre uma cidade povoada.
Elona Gay foi o nome dado ao avião norte-americano B-29 pelo seu comandante em homenagem à própria mãe. A cidade era Hiroxima, no Japão, que desapareceu em baixo de uma nuvem em forma de cogumelo. As notícias sobre a cidade eram desencontradas, e ninguém sabia exatamente o que ocorrera. No dia 9 outra bomba atômica foi lançada sobre a cidade de Nagasaki. Os norte-americanos haviam treinado durante meses uma esquadrilha de B-29 para um ataque especial. Nos aviões, quase ninguém sabia o que transportava.
Morreram cerca de 100 mil pessoas em Hiroxima e 80 mil em Nagasaki. As vítimas eram civis, cidadãos comuns, já que nenhuma das duas cidades era alvo militar muito importante. O cenário histórico dessa tragédia que permanece até hoje na memória de milhares de japoneses era a guerra no Pacífico, entre Japão e Estados Unidos no contexto do término da Segunda Guerra Mundial.
Os generais japoneses ainda tentaram resistir, até serem convencidos do contrário pelo próprio imperador Hiroíto. No dia 15 de agosto de 1945 os japoneses escutam pelo rádio a rendição incondicional do país. Em 2 de setembro o encouraçado norte-americano Missouri entrou na baía de Tóquio e a paz foi assinada. A Segunda Guerra chegava ao fim, deixando um salde de 50 milhões de mortos em seis anos. A bomba atômica tinha sido mais um episódio desumano na história da Segunda Guerra Mundial.



Será que não existia uma maneira menos estúpida de forçar a rendição japonesa?
Para alguns historiadores o governo norte-americano tinha que dar um basta pois não podia mais resistir às pressões do Congresso, que não aceitava mais perdas de vidas norte-americanas, numa guerra que já se prolongara demais. Uma outra corrente entretanto, acharia que estúpida é a pergunta feita acima, já que o uso de armas atômicas contra o Japão não correspondia a qualquer necessidade bélica. O Japão estava em negociações secretas com os Estados Unidos para capitulação definitiva. Era uma questão de dias.
Para essa segunda corrente, as bombas atômicas tinham outro endereço: a URSS. Se até agora EUA e URSS estavam do mesmo lado, isso era fruto de uma aliança circunstancial, contra um inimigo comum que já não os preocupava mais: o nazifascismo.
As bombas de Hiroxima e Nagasaki, segundo essa última interpretação marcam o início do contexto conhecido como "guerra fria", a disputa político-ideológica e militar que bipolarizou o mundo entre o socialismo soviético e o capitalismo norte-americano por mais de 40 anos, até a desintegração da URSS, a reunificação da Alemanha e mais simbolicamente a queda do muro de Berlim em novembro de 1989.
Nas duas conferências que selaram o final da guerra, realizadas pelos três grandes vencedores -- norte-americanos, britânicos e soviéticos -- em Yalta e Potsdam, são estabelecidos os pontos de divisão do mundo entre os blocos capitalista e socialista. Em 25 de abril de 1945 a Conferência de São Francisco criou a Organização das Nações Unidas, cuja carta foi promulgada em junho.




Quanto ao Japão, que teve mais de um milhão e oitocentas mil vítimas, além de 40% das cidades arrasadas e a economia totalmente destruída, foi desmilitarizado e ocupado pelos Estados Unidos até 1951, quando as Nações Unidas (exceto a URSS e China), concluíram com ele, o Tratado de São Francisco, devolvendo sua soberania e marcando sua reconstrução integrada ao capitalismo internacional.


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Texto extraído do site: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=193